A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, esclarece que o fumacê não é a abordagem ideal para combater o Aedes, sendo sim uma ação complementar para prevenir a picada do mosquito.
“Quando recorremos ao fumacê, significa que a estratégia de prevenção não foi suficiente, pois estamos lidando com o mosquito adulto. Devemos priorizar o uso de larvicidas para evitar a eclosão das larvas. É fundamental que o município adote essa prática com o apoio dos agentes de combate a endemias, realizando ações direcionadas dentro dos domicílios”, orienta em comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde.
Conforme dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizados na última segunda-feira, o Brasil já registrou 4 milhões de casos de dengue em 2024. Até o momento, foram reportadas 1.888 mortes devido à doença, com outros 2.345 óbitos sob investigação.
Como o fumacê atua no combate ao mosquito?
O fumacê é uma mistura de dois compostos inseticidas, a praletrina e a imidacloprida, conforme informa o Ministério da Saúde. Ele opera mediante uma aplicação em volume ultrabaixo a frio, o que evita a formação de nuvens de fumaça, pois não envolve a queima de óleo mineral durante a aplicação.
O fumacê pode ser administrado via equipamento costal motorizado (portátil) ou por meio de equipamento veicular, como um veículo. O produto causa uma perturbação no sistema nervoso dos mosquitos, levando-os à morte ao entrar em contato com o inseticida.
O fumacê é seguro para os seres humanos?
De acordo com o Ministério da Saúde, todos os inseticidas adquiridos pela entidade — incluindo o fumacê — são certificados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), sendo, portanto, considerados seguros para os seres humanos.
Esses produtos seguem diretrizes técnicas e operacionais de um grupo de especialistas em pesticidas que recomendam os princípios ativos e as dosagens adequadas para diversos tipos de tratamentos.
O inseticida age apenas no espaço onde os mosquitos voam ou onde foram expulsos de seus esconderijos e são atingidos pelas gotículas. Ele permanece no ambiente por cerca de 30 minutos, dependendo das condições climáticas durante a aplicação.
O fumacê é eficaz?
Sim, o fumacê é eficaz, entretanto seu uso deve ser restrito a situações excepcionais, como surtos ou epidemias de dengue, conforme recomenda o Ministério da Saúde. “Essa medida é parte das ações emergenciais adotadas nessas circunstâncias e deve ser combinada com outras estratégias de controle, ou quando as medidas preventivas não são suficientes”, destaca comunicado da entidade.
Uma sugestão valiosa para potencializar a eficácia do inseticida é manter as portas e janelas da residência abertas durante a passagem do fumacê na rua, facilitando a penetração das gotículas dentro dos lares.
“Para obter sucesso com essa ação, as gotículas de inseticidas geradas pelo equipamento devem adentrar os quintais e residências, atingindo os locais onde os mosquitos se encontram”, ressalta a entidade.
